quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Maior máquina do mundo tem parada adiada para 2013


Prorrogação se deve ao bom desempenho que o aparelho gigante teve em 2010

Cientistas responsáveis pelo maior acelerador de partículas do mundo anunciaram que o Grande Colisor de Hádrons (LHC) não vai mais fazer uma parada técnica no final deste ano. Os especialistas haviam programado que o equipamento funcionasse até o fim de 2011 e fizesse uma pausa técnica no começo de 2012 para retomar os trabalhos em 2013.

Por meio de um comunicado publicado nesta segunda-feira (31) no site do Cern (Centro Europeu de Pesquisa Nuclear), responsável pela supermáquina, Steve Myers, diretor do Cern para aceleradores e tecnologia explica que o “excelente funcionamento” do LHC em 2010 provocou mudanças no cronograma. Até 2012, a maior máquina do mundo continuará sendo operada com a energia de 3,5 TeV (teraelétron-volts).

- Se o LHC continuar a melhorar em 2011, como aconteceu em 2010, teremos um ano muito especial à nossa frente.

Um dos principais desafios do LHC é encontrar a partícula bóson de Higgs, só descrita na teoria, e base para a explicação de diversos conceitos físicos.

No final de março do ano passado, o colisor conseguiu pela primeira vez recriar uma situação similar aos instantes posteriores ao surgimento do Universo. A colisão de partículas, feita a uma energia de 7 TeV, foi alcançada após duas tentativas fracassadas – o recorde anterior havia sido obtido em 2009, quando a energia chegou a 1,18 TeV.

Na escala de nosso mundo cotidiano, 7 TeV ou 14 TeV é a energia cinética de sete ou 14 mosquitos voando. Parece pouco, mas esses valores são enormes quando se trata de prótons porque durante o choque, a energia se concentra em uma área um bilhão de vezes menor que um mosquito.

O sucesso do experimento abre as portas para uma nova fase na física moderna, já que agora será possível dar respostas a inúmeras incógnitas sobre a origem do Universo e a matéria.

Em junho de 2010, a supermáquina produziu uma taxa de colisão de feixes de partículas recorde: 10 mil colisões de prótons por segundo, o dobro de sua marca anterior.

Equipamento já teve vários problemas

Com 27 km, o acelerador de partículas é uma estrutura circular construída a 100 m de profundidade na fronteira entre a França e a Suíça, ao custo aproximado de R$ 10 bilhões (US$ 5,2 bilhões). 
O LHC começou a processar partículas em novembro de 2009, depois de ser desligado em setembro de 2008, mês de sua inauguração, devido a um superaquecimento.

Cinquenta e três dos 1.624 grandes ímãs supercondutores (alguns deles com 50 m de comprimento) foram danificados e precisaram ser substituídos.

Sua construção envolveu 7.000 físicos de todo o mundo e durou 12 anos.

Em novembro de 2009, a máquina precisou ser desligada novamente porque um pedaço de pão, provavelmente levado por um pássaro, obstruiu o transformador elétrico.

O equipamento gigante chegou a despertar temores infundados de que poderia criar buracos negros capazes de destruir a humanidade. O aparelho foi citado no best-seller Anjos e Demônios, de Dan Brown.

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